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Moraes, Gilmar e Maia: saiba quais foram os alvos de espionagem ilegal da Abin
A Polícia Federal cumpriu, nesta quinta-feira (25), operação de busca contra Alexandre Ramagem, que foi chefe da Abin no governo Bolsonaro

A Polícia Federal (PF) ainda não divulgou a lista completa de autoridades e cidadãos comuns que foram alvo de espionagem ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época, o diretor-geral do órgão era o atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi alvo de busca e apreensão nesta quinta-feira (25).
Alguns nomes, porém, estariam na lista de espionagem ilegal e que está sendo apurada pela PF. Entre eles, os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A intenção segundo a investigação seria ligar os dois ministros, que são algozes do entorno de Bolsonaro, a fake news sobre uma organização criminosa.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PSDB-RJ), também teria sido monitorado, de acordo com o portal G1. A lista conta, ainda, com o nome do atual ministro da Educação do governo Lula, Camilo Santana. Na época, ele era governador do Ceará.
De acordo com o jornal O Globo, policiais flagraram drones sobrevoando a residência oficial de Santana em Fortaleza, em 2021. Os equipamentos estariam sendo operados por integrantes da Abin.
Outros alvos, de acordo com o jornal, seriam o ex-deputados federais Jean Wyllys (PSOL-RJ) e David Miranda (PDT-RJ), que morreu em maio do ano ado. O jornalista Glenn Greenwald, marido de David, também teria sido espionado.
Ainda de acordo com o G1, a Abin monitorou de forma ilegal pessoas próximas aos filhos de Bolsonaro, a exemplo de um amigo de Jair Renan. O sistema teria colaborado com a produção de provas para favorecer o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Jair Renan em investigações que miravam os dois.
Ao todo, a Abin fez 33 mil monitoramentos ilegais durante o governo Bolsonaro a partir da ferramenta FirstMile. Da lista, foram espionados 1,8 mil políticos, jornalistas, advogados, ministros do STF e outros adversários do governo do ex-presidente. O monitoramento era feito por geolocalização e era ilegal porque não tinha autorização judicial.
Operação desta quinta-feira tem Ramagem como alvo
Estão sendo cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e medidas cautelares de prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As diligências da Polícia Federal ocorrem em Brasília (18), em Juiz de Fora (1), na Zona da Mata mineira, em São João Del Rei (1), na região Central de Minas, e no Rio de Janeiro (1). As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito das fake news.
A ação de hoje é uma continuação das investigações da operação Última Milha, que foi deflagrada em outubro do ano ado. Segundo a PF, as provas obtidas a partir das diligências executadas à época indicaram que o "grupo criminoso" criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços da agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático.
Conforme as investigações, ocorreram também proveitos pessoais para interferir em apurações da PF. Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.