CONGRESSO NACIONAL

Ministras de Lula defendem Marina Silva após agressões de senadores

Parlamentares atacaram Marina Silva durante audiência da Comissão de Infraestrutura nesta terça-feira (27); ministra abandonou a sessão

Por Lara Alves e Lucyenne Landim
Atualizado em 27 de maio de 2025 | 18:16

BRASÍLIA - As ministras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defenderam a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, após as agressões sofridas por ela durante a audiência da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal nesta terça-feira (27).

Convidada à sessão para discutir sobre as unidades de conservação na Margem Equatorial do Amapá, a ministra foi repetidamente atacada pelos senadores Plínio Valério (PSDB-AM), Omar Aziz (PSD-MA) e Marcos Rogério (PL-RO).

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (PT-SE), tentaram defendê-la durante a sessão, mas as agressões seguiram. O teor das declarações dos senadores contra Marina Silva suscitaram reações entre as mulheres que compõem o governo Lula (PT).

A ministra da articulação política, Gleisi Hoffmann, classificou o episódio como inissível. “Totalmente ofensivos e desrespeitosos com a ministra, a mulher e a cidadã”, publicou. Anielle Franco, Margareth Menezes, Macaé Evaristo e Sônia Guajajara também reagiram publicamente às agressões.

O Palácio do Planalto ainda não se manifestou sobre as agressões contra a ministra do Meio Ambiente, e o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também não emitiu posição sobre o ocorrido.

A previsão, entretanto, é que ele dê uma chamada pública nos senadores durante sessão do plenário — repetindo um gesto de outrora, quando Plínio Valério agrediu Marina Silva em outra circunstância.

Outras personalidades políticas, entretanto, têm manifestado solidariedade à ministra e cobrado respeito a ela. Entre elas o advogado-geral da União, Jorge Messias. “Não podemos tolerar atitudes que busquem constranger, intimidar ou deslegitimar mulheres em espaços de poder”, escreveu em uma rede social.

Deputadas também têm reagido contra as agressões, entre elas, Erika Hilton (PSOL-SP), Duda Salabert (PDT-MG) e Maria do Rosário (PT-RS).