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‘O senhor era ministro e fez alguma coisa?’, pergunta Wolney a Moro em bate-boca sobre fraude no INSS
O ministro da Previdência Social compareceu para audiência, nesta quinta-feira (15), na Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle do Senado
BRASÍLIA - O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, teve um bate-boca com o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) em uma audiência no Senado marcada para tratar da fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O episódio foi nesta quinta-feira (15), na Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle.
A confusão começou quando Moro questionou o motivo de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não ter coibido o esquema criminoso após supostos alertas recebidos em uma reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) em junho de 2023. Na época, Wolney era secretário-executivo da pasta.
O senador citou o nome do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, que pediu demissão em meio ao escândalo que causou R$ 6,3 bilhões em prejuízo. De acordo com a Polícia Federal (PF), a fraude começou em 2019, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e foi interrompida somente em 2024, na gestão Lula.
Wolney, então, respondeu que não participou da reunião citada e que não poderia responder por Lupi. Em seguida, lembrou que Moro chefiou o Ministério da Justiça (órgão que abriga a PF) entre janeiro de 2019 e abril de 2020, no governo Bolsonaro, quando descontos indevidos já eram feitos por entidades associativas nos benefícios de aposentados e pensionistas.
Veja abaixo, o diálogo entre Wolney Queiroz e Sergio Moro:
Wolney: Se Vossa Excelência voltar um pouco no tempo, um servidor em 2020 denunciou à Polícia Federal que havia descontos indevidos, que havia fraude. Essas denúncias foram feitas em 2020, senador. Parece que Vossa Excelência era o ministro da Justiça nessa época. Vossa Excelência fez alguma coisa para coibir essas fraudes?
Moro: Esses fatos nunca foram informados a mim como foram informados a Vossa Excelência expressamente na reunião em 2023. Se alguém se omitiu aqui, foi Vossa Excelência.
Wolney: Vossa Excelência como ministro também não acompanhou? Não tinha conhecimento da Polícia Federal?
Moro: Não chegou ao meu conhecimento, mas ao de Vossa Excelência chegou.
Wolney: Não chegou ao meu conhecimento. Agora, Vossa Excelência como ministro...
Moro: Teve uma reunião, ministro. Na reunião, foi informado sobre as fraudes e Vossa Excelência não fez nada.
Wolney: Eu não tinha que fazer nada, não.
Moro: Vossa Excelência era a pessoa de confiança de Carlos Lupi e continua no Ministério [da Previdência Social].
Wolney: Senador, eu não queria ficar aqui nesse bate-boca com Vossa Excelência. Mas vossa Excelência como ministro tem muito mais obrigação de saber do que eu.
Moro: Vossa Excelência quis me acusar de algo impróprio, porque Vossa Excelência estava no Ministério quando teve a fraude, [era] secretário-executivo.
Wolney: Foi nosso governo [Lula] que chamou a polícia.
A situação foi, logo depois, encerrada pelo presidente do colegiado, senador Hiran Gonçalves (PP-RR). Na comissão, o ministro minimizou a fraude durante o governo Lula ao afirmar que a atual gestão foi a responsável de levar o caso à PF. Wolney também reforçou que os aposentados que tiveram descontos indevidos serão ressarcidos.
"Essas fraudes não começaram agora, mas terminaram nesse governo. Foi uma decisão do governo do presidente Lula, que decidiu chamar a polícia. Foi esse governo que pôs fim à farra e agiu para punir cada um daqueles ligados ao momento tão terrível a que aram os aposentados", afirmou.