-
Cruzeiro e Valentín Gómez avançam nas negociações; saiba os detalhes
-
Médica avalia mudança em parto de Brunna Gonçalves: 'Leva a graves lesões'
-
Ave extinta por 50 anos volta a habitar maior área de Mata Atlântica em MG
-
‘A Viagem’: saiba onde foi gravado o ‘Vale dos Suicidas’, o ‘céu’ e outras locações da novela
-
Atlético e Cruzeiro têm opções livres na próxima janela; confira
Quando o adeus é o primeiro encontro: a importância da despedida no luto perinatal
Pais que perdem seus bebês durante a gestação ou logo após o parto precisam de apoio, sensibilidade e tempo para dizer adeus - não de silêncio
O nascimento de um bebê sem vida, ou que falece pouco depois do parto, é uma experiência devastadora e, ainda assim, frequentemente tratada com frieza. Muitos profissionais de saúde ainda desincentivam o contato entre os pais e o bebê falecido, por medo de que esse vínculo aumente a dor. Mas o que especialistas e famílias enlutadas vêm mostrando é o oposto: o reconhecimento, o toque e a despedida são etapas fundamentais para um luto menos traumático.
A psicóloga Daniela Bittar, que trabalha com famílias enlutadas, lembra que o luto de cada um se constrói de maneira diferente - tanto das mães quanto dos pais. É por isso que rituais de despedida, acolhimento e tempo com o bebê são tão importantes. Dispositivos como o CuddleCot ou 'bercinho' - um berço refrigerado que permite preservar o corpo do bebê por alguns dias - vêm sendo usados mundo afora para que os pais possam viver esses momentos com dignidade e amor.
A pandemia escancarou os efeitos de não poder se despedir: famílias inteiras traumatizadas por perdas que não puderam ser vividas. No caso das mães que am por uma cesariana, muitas vezes não há nem o direito de ver o corpo do bebê ou participar da cerimônia de enterro, já que continuam internadas. E é aí que entra também o papel das funerárias: oferecer acolhimento, cuidado e estrutura para que o luto seja respeitado como parte do amor.
Falar sobre a morte de bebês ainda é tabu. Mas enquanto essa dor continuar sendo ignorada, mães e pais continuarão enlutados também pela ausência de empatia. O tempo do adeus pode ser o primeiro e único momento de presença com aquele filho e precisa ser tratado com toda a delicadeza que isso exige.