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Paulo Navarro

Colunista social que retrata personalidades e eventos da sociedade belo-horizontina e mineira

OPINIÃO

Cidade perdida

O trânsito de Belo Horizonte e as dificuldades enfrentadas pelos moradores da capital estão em foco na coluna de Paulo Navarro

Por Paulo Navarro
Publicado em 26 de maio de 2025 | 14:57

Semana ada, tratamos aqui da falta de policiamento, furtos e roubos; descontrole e fiscalização do dantesco trânsito de BH, em especial na região mais rica e nova da cidade, aquela inventada e compreendida entre os bairros Belvedere, Vila da Serra e Nova Lima. Hoje, uma variação sobre o mesmo tema, a começar pela Rodovia BR-356, que a pelo BH Shopping.

Cidade selvagem

Este trecho, “presenteado” com um recapeamento no asfalto selvagem, é uma colcha de retalhos, um “botox” mal feito. Em vez de um asfaltamento digno do nome, harmônico e harmonioso, bem nivelado, unificado, leve, suave e sem caroços, o troço está mais para remendo em calça de festa junina, retalhos de lona no cetim ou na seda, ambos em extinção.

O mundo perfeito seria repleto de Isadora Tolentino. Foto: Edy Fernandes/Divulgação

Cidade recauchutada

O desnível nas ruas é impressionante, porco, um desleixo, um descaso, uma afronta, uma falta de respeito, diante de todos os impostos que pagamos. Pior que isso só em Luanda, Angola, na África, onde um amigo leitor da coluna acaba de ar maus bocados por falta de tudo: de água mineral à mínima infraestrutura. Os responsáveis por isso merecem campo de trabalhos forçados, para a picareta que sabem manejar como ninguém.

Recauchutadas e chutados

Neste cenário infernal ainda somos obrigados a conviver, “lutar e fugir” de outros famosos personagens do trânsito: os motoqueiros. Sim, aqueles que foram heróis na pandemia, hoje voltaram como os conhecidos vilões. Poucos semáforos em BH possuem radar para registrar infrações, como as de quem “fura o sinal”.

Chutados e suicidas

Os motoqueiros já têm, já decoraram as exceções e os “es livres”. Eles sabem da existência e/ou falta de radares. Assim, praticamente não param, não respeitam sinal vermelho. Antes tapavam as placas com uma das mãos, hoje, nem isso, num zigue-zague ensandecido; um enxame que corta pela direita, pela esquerda e, claro, em alta velocidade.

Como é bonita, uma mulher bonita, Silvia Ladeira. Foto: Edy Fernandes/Divulgação

Suicidas e vítimas

Por isso, continuam, “inteligentemente” sendo as vítimas mais sérias e numerosas nos hospitais da cidade. Se não matam ou morrem, guardarão sequelas graves, deficiências físicas para o resto da vida. A pressa, inimiga da perfeição e amiga da cobrança de patrões, empresas e clientes, ajuda muito nesta nefasta praga.

Vítimas e luz

Enquanto isso, do outro lado, para a vereadora, Marcela Trópia, no informativo digital, “O Fator”, existe uma luz no túnel: “Startups podem destravar o trânsito de BH, que sofre diariamente com o trânsito travado e caótico, agravado por uma rede de semáforos obsoleta, dessincronizada e especialmente vulnerável em dias de chuva”.

Luz e lei

“A capital mineira, que busca se afirmar como cidade inovadora, ainda convive com sistemas de mobilidade urbana ultraados, que comprometem o bem-estar da população, a produtividade econômica e a segurança no trânsito. Mas é justamente diante desses desafios que precisamos reafirmar nossa crença no poder da inovação”.

Lei e ordem

“E é por isso que defendo o Marco Municipal das Startups, para desenvolver soluções para a cidade. Esse processo, inclusive, já teve início. A prefeitura deu um o concreto ao contratar cinco startups por meio do programa PBH Inova, com o objetivo de desenvolver soluções tecnológicas para diferentes áreas da cidade, incluindo mobilidade urbana”.

Lança-Perfume

Continua Trópia: “Essas empresas estão em fase de desenvolvimento e teste de propostas que poderão ser adotadas de forma definitiva, trazendo mais eficiência à gestão pública”.

“Essa legislação é um o fundamental para desburocratizar o setor, atrair empresas inovadoras e abrir as portas da istração pública para quem pode”.

“E também para quem resolver problemas de forma mais ágil, tecnológica e eficaz. Belo Horizonte dá um salto em direção a uma cidade mais inteligente e eficiente”.

A questão dos semáforos é emblemática. Já existem tecnologias desenvolvidas por startups locais para otimizar o controle semafórico, reduzindo congestionamentos, economizando tempo e salvando vidas.

Resumindo: tudo melhora ou melhoraria.