O título inédito do Paris Saint-Germain na Champions League, conquistado no sábado (31 de maio), teve um peso especial para Luis Enrique. Dez anos após vencer com o Barcelona, o técnico espanhol voltou a levantar a taça, desta vez com o coração dividido entre a comemoração em campo e a lembrança da filha Xana, que morreu em 2019, aos 9 anos, vítima de osteossarcoma, um tipo raro de câncer nos ossos.
Durante a comemoração da goleada por 5 a 0 sobre a Inter de Milão, Luis Enrique vestiu uma camisa com a imagem de um momento marcante com a filha Xana. O desenho retrata os dois juntos, segurando uma bandeira, como na final da Champions de 2015, quando ele comemorou o título com a filha no gramado, ainda como técnico do Barcelona. Em 2024, não pôde repetir o gesto fisicamente, mas escolheu relembrá-lo com a camisa da Fundação Xana, criada por ele e pela esposa após a morte da filha, vítima de câncer, em 2019.
"Minha filha não estará presente fisicamente, mas estará espiritualmente. E isso, para mim, é muito importante. Tenho memórias incríveis, porque minha filha adorava comemorar. Tenho certeza de que, onde quer que ela esteja, continua festejando", afirmou.
O que é a Fundação Xana?
A história de luto de Luiz Henrique virou ação social. Após a morte de Xana, ele e a esposa, Elena Cullel, fundaram a organização sem fins lucrativos que apoia crianças em tratamento contra o câncer e suas famílias. A entidade atua com foco em assistência prática, emocional e estrutural.
A fundação oferece alojamento temporário para famílias que precisam se deslocar até os centros médicos, apoio financeiro para casos em situação de vulnerabilidade, sessões de fisioterapia domiciliar e atividades voltadas ao bem-estar dos pacientes e acompanhantes. O projeto é ativo na Espanha e nasceu como forma de manter viva a presença da filha, agora associada a uma rede de cuidado e solidariedade.
Osteossarcoma: conheça a doença de Xana
Xana, filha do técnico Luiz Enrique, foi diagnosticada com osteossarcoma, um tipo de câncer ósseo que representa cerca de 3% dos tumores em crianças e adolescentes. A doença costuma atingir ossos em crescimento acelerado, como o fêmur, a tíbia e o úmero. Os primeiros sintomas incluem dor persistente, inchaço e dificuldade de movimentação, muitas vezes confundidos com desconfortos típicos da infância.
O tratamento padrão envolve quimioterapia e cirurgia para remoção do tumor. Em alguns casos, há necessidade de amputação do membro afetado. As chances de cura variam conforme o estágio do diagnóstico, a localização do tumor e a idade da criança.
Apesar do acompanhamento médico, Xana não resistiu à progressão da doença e morreu em agosto de 2019.