O ex-secretário de Governo do Estado, Igor Eto, é cotado internamente para assumir a vice-presidência da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), conforme apurado com fontes da gestão de Romeu Zema (Novo). Contudo, Eto, que não é bem-quisto dentre algumas alas do governo, pode ter problemas em assumir o cargo devido a uma trava na Lei das Estatais, sancionada em 2016, que veda indicação de quem atuou, em até 36 meses antes da data quando for assumir a posição, como como participante de “estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral”.  

No início de agosto de 2022, Eto saiu do governo para se dedicar à coordenação política da campanha do atual governador. Com isso, Eto estaria impedido de participar da diretoria da Codemge, assim como do Conselho de istração da estatal. O governo do Estado foi questionado sobre a intenção, mas ainda não respondeu até a publicação.  

Há menos de um mês, em 27 de junho, Eto foi novamente exonerado, desta vez a pedido, do cargo de secretário de Estado pelo governador Romeu Zema. À época, insatisfações do Novo e de deputados da base aliada em relação ao posicionamento e a forma de conduzir as relações políticas por parte do secretário se escalonou até culminar na exoneração. A legenda enxergou como insuficiente a articulação do ex-chefe da pasta com a Assembleia Legislativa (ALMG), principal função da secretaria que comandava.  

Igor Eto assumiu a secretaria de governo em 2020, após o ex-deputado federal Bilac Pinto (União Brasil) deixar a pasta em meio ao imbróglio do veto parcial do governador ao projeto de lei que concedeu reajuste aos servidores da Segurança Pública. À época, ao invés de conceder aumento de 41,7% escalonado até 2022, como havia sido proposto pelo próprio governo, o Estado ofereceu recomposição salarial de 13% para a categoria em 2020. Além disso, vetou qualquer tipo de aumento para outras áreas – o que gerou desconforto entre o funcionalismo.  

No comando da pasta, Eto colecionou embates com à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, principalmente durante a gestão do ex- presidente e conselheiro do TCE Agostinho Patrus, com as discussões sobre a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), votações sobre IPVA, acordo da Vale, dentre outros. 

Durante o período na Segov, Eto conseguiu a aprovação de algumas propostas, como a reforma istrativa, por exemplo, mas projetos caros para o governo, como as privatizações das estatais e a aprovação ao Regime de Recuperação Fiscal não avançaram no Legislativo. Eto é de empresas, graduado pelo Ibmec/MG. Eto começou sua vida profissional na iniciativa privada como analista comercial da Ceres Finanças, e analista financeiro na Construtora Libe. Foi coordenador istrativo da campanha que elegeu Romeu Zema governador em 2018. Quatro anos depois, atuou como coordenador político da campanha.