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'Não existe deadline para Bolsonaro', diz Flávio, que rejeita semi-anistia e critica Temer g2z4q

Senador ataca proximidade de Alcolumbre em viagens com Lula, defende centralidade do pai em 2026 e diz que direita sem ele está 'fadada ao fracasso' 3z3o1p

Por Hédio Ferreira Júnior
Publicado em 13 de maio de 2025 | 14:39
 
 
Flávio Bolsonaro defende que o bolsonarismo, apesar das restrições legais ao ex-presidente, não abre mão da figura do pai como eixo central do projeto político da direita Foto: Senado Federal do Brasil

BRASÍLIA – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que "não existe deadline para o Bolsonaro" na disputa presidencial de 2026 – mesmo com a inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – , rejeitou a proposta de “semi-anistia” articulada por Davi Alcolumbre (União-AP) e criticou o ex-presidente Michel Temer, a quem classificou como um político "sem liderança eleitoral". 

Em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta terça-feira (13) em que declarações são marcadas por críticas políticas e sinalizações sobre 2026, o filho do ex-presidente reforçou que seu pai segue sendo o principal nome da direita e que qualquer tentativa de substituí-lo é “construção fadada ao fracasso”.

Ao comentar a proposta do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), de costurar um perdão parcial aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, Flávio foi direto: “Enquanto ele não esclarecer que texto intermediário é esse, essa semi-anistia não existe”.

O senador também expressou desconfiança sobre a proximidade entre Alcolumbre e o presidente da República. “Davi anda viajando muito com o Lula, eu fico preocupado se ele está sofrendo influências do governo", especulou.

Críticas a Temer e recado à direita 2u1a38

Flávio Bolsonaro não poupou o ex-presidente Michel Temer, que tem buscado se articular com governadores de perfil conservador para viabilizar uma alternativa eleitoral para 2026 em substituição a Jair Bolsonaro.

Segundo ele, Temer “não tem qualquer liderança eleitoral” e representa um risco por seu histórico de decisões, como a indicação de Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Está feito o convite para que Temer caminhe conosco, mas sem querer construir um nome sem o Bolsonaro”.

Ainda de acordo o senador, qualquer projeto à direita que ignore Jair Bolsonaro está “condenado ao fracasso”: “Eles tentam ocupar um espaço que pensam estar vago, mas não existe vácuo de poder”.

Aposta em Tarcísio só para fazer palanque de Bolsonaro em SP  4w624q

No plano eleitoral, Flávio defende a candidatura à reeleição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como uma peça-chave do bolsonarismo: “Tarcísio é um palanque fundamental para 2026”. 

Além disso, anunciou que tanto ele quanto a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e seus irmãos Eduardo, Carlos e Jair Renan, devem disputar cargos legislativos nas próximas eleições – os três primeiros ao Senado e os dois últimos à Câmara de Vereadores do Rio e de Balneário Camboriú, respectivamente. 

A ideia é reforçar a oposição no Senado, já que na Câmara ela está garantida. Flávio também deixou claro que o grupo bolsonarista trabalhará para eleger senadores que se comprometam com o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. 

Ainda segundo o senador, discutir 2026 sem Bolsonaro é uma “ejaculação precoce” política: “Bolsonaro está no seu direito de reivindicar a sua candidatura. Ninguém vai ganhar por W.O”.