O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou nesta terça-feira (10) o pedido da defesa de Jair Bolsonaro (PL) para exibir pelo menos 11 vídeos durante a audiência em que o ex-presidente prestou depoimento. A sessão trata das acusações sobre o suposto envolvimento de Bolsonaro na trama golpista de 2022.
Os advogados do ex-presidente haviam preparado uma série de gravações que, segundo a documentação apresentada, visavam questionar a confiabilidade do sistema eletrônico de votação brasileiro, tema que Bolsonaro abordou frequentemente antes mesmo de assumir a Presidência da República em 2019. Bolsonaro chegou a ler trechos dos vídeos durante o depoimento.
Entre os materiais selecionados pela defesa estava um vídeo de 2010 descrito como "Flávio Dino acusa fraude no sistema eleitoral após perder eleição para governador no Maranhão". Dino, que não venceu as eleições naquele ano, conseguiu eleger-se governador em 2014, cargo que ocupou até 2022.
Atualmente, Dino defende o sistema eleitoral brasileiro e mantém posicionamento alinhado com Moraes nos processos relacionados à suposta trama golpista e aos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
A lista elaborada pelos advogados de Bolsonaro continha também uma segunda gravação de 2012, intitulada "Flávio Dino critica as urnas". Um terceiro vídeo, datado de 2015, fazia referência ao próprio ex-presidente e ao ex-presidente da Câmara dos Deputados: "Bolsonaro e Rodrigo Maia celebram a aprovação do voto impresso".
O quarto vídeo da lista é datado de 2021, e mostraria o ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, também defendendo o voto impresso. A gravação é seguida por outra, de novembro de 2022, onde Bolsonaro e Ciro Nogueira comentam o resultado das eleições. Outro vídeo da mesma data, desta vez uma coletiva do ex-presidente, também faz parte da lista.
Ainda, há um pronunciamento de Bolsonaro e Ciro Nogueira sobre a transição de governo, seguido por uma gravação de Bolsonaro pedindo que caminhoneiros "desobstruam rodovias". A última gravação legível na lista trata de um trecho de uma live realizada nas redes sociais de Bolsonaro em 30 de dezembro de 2022.
A audiência realizada hoje faz parte do processo em que Bolsonaro responde às acusações formuladas pela Procuradoria-Geral da República sobre sua suposta participação em articulações golpistas após as eleições presidenciais.