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Iza Lourença

Vereadora em Belo Horizonte (PSOL)

IZA LOURENÇA

Derrotamos a extrema direita em BH

Seguir lutando pela unidade de atuação da esquerda

Por Iza Lourença
Publicado em 07 de novembro de 2024 | 07:00

Retomo esta coluna com uma vitória: livramos a capital mineira de um projeto autoritário pelos próximos quatro anos. O sentimento é de alívio. Não é uma vitória da esquerda, mas de um campo político mais amplo, que se coloca dentro do debate democrático. Se a eleição de Lula em 2022 foi uma vitória parcial, em que derrotamos Bolsonaro, mas não o bolsonarismo, a reeleição de Fuad significa que, pelo menos, não houve um retrocesso em Belo Horizonte.

A campanha de Bruno Engler (PL) tentou reeditar a mesma tática de sempre, lançaram fake news aos 45 do segundo tempo para descredibilizar o adversário, pautar a eleição e partir para uma ofensiva baixa e nonsense. Tanto foi assim que o deputado federal Nikolas Ferreira foi obrigado pela Justiça Eleitoral a retirar um vídeo do ar 48 horas antes da eleição. 

Felizmente, não foi o suficiente para virar votos para o candidato sem carisma do PL, mas foram apenas 100 mil votos de diferença, e o alerta deve permanecer ligado. A extrema direita tem demonstrado força e resiliência e que não se derreteu ou se pulverizou com a derrota nas eleições de 2022. Pelo contrário, tem feito com firmeza uma disputa ideológica, como aconteceu nas últimas eleições municipais, mesmo depois da tentativa fracassada de golpe em 8 de janeiro de 2023.

Fizemos nossa parte.

Nós, do PSOL, fizemos o que estava ao nosso alcance: lançamos o chamado à unidade da esquerda, por meio dos nossos mandatos parlamentares, e a pré-candidatura de Bella Gonçalves para a prefeitura; nos retiramos da disputa em nome de uma coalizão histórica com o PT e o presidente Lula; organizamos uma chapa protagonizada por lideranças negras, mulheres, LGBTI+ e periféricas. A cidade reconheceu nosso trabalho, e hoje sou a terceira vereadora mais bem-votada da cidade com 21.485 votos, contribuindo para o aumento da nossa bancada na Câmara Municipal com a reeleição de Cida Falabella e a estreia de Juhlia Santos.

Também fomos fundamentais na construção da disputa no segundo turno. Foi a campanha de Rogério Correia (PT) e Bella Gonçalves (PSOL) que fez as principais denúncias, ainda no primeiro turno, sobre quem realmente era o candidato do PL. Fui às ruas fazer campanha contra Bruno Engler, pelo voto em Fuad de maneira firme, mas o compromisso que tenho com a cidade e quem me reelegeu é seguir hierarquizando minha atuação na luta contra a extrema direita, sem deixar de denunciar e fiscalizar a prefeitura. Não entrei na campanha em busca de cargos, apesar de ser a única a apoiar o prefeito entre os cinco vereadores mais bem-votados nessa disputa. Assim, seguirei com minha posição independente.

Vencemos uma etapa da luta política. Agora se inicia uma nova. Para vencer essa disputa, vamos precisar seguir lutando pela unidade de atuação da esquerda e pela reorganização do nosso campo político na cidade. 

Com trabalho nos territórios, como tenho feito na região do Barreiro, discutindo a necessidade da tarifa zero para a mobilidade urbana, combinada com as ciclovias e com uma lógica de cidade que seja feita com mais árvores, mais pessoas, menos asfalto e especulação imobiliária, é possível reencantar as pessoas para a luta coletiva. Contem comigo e com o nosso mandato-movimento.