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Débora Elisa

Débora Elisa é especialista em voleibol e outros esportes olímpicos em O Tempo, temas que cobre diariamente em diversas plataformas

CURIOSIDADE

Quem tem medo da “síndrome do terceiro set”?

Muito conhecida pelos voleifãs na internet, será que a tal 'síndrome' realmente assombrou o vôlei brasileiro na última temporada?

Por Débora Elisa
Publicado em 29 de dezembro de 2024 | 14:52

Quem é voleifã já ouviu o termo ‘síndrome do terceiro set’ muitas vezes; quem é cronicamente online, ainda mais. Essa condição extra-oficial diz respeito à dificuldade que os times podem encontrar de vencer a terceira parcial após abrirem 2 x 0 no placar. Pensando nisso, quis testar se essa síndrome afeta realmente os times brasileiros, e se pega alguns mais que outros.

Para isso, eu só precisaria listar todos os 296 jogos das Superligas (masculina e feminina) da última temporada e analisar os, no mínimo, 888 sets jogados. E foi justamente isso que fiz.

A ‘Síndrome do terceiro set’ afetou a última Superliga?

Na Superliga feminina, foram realizados 146 jogos. Em 21% (32 partidas) deles, o time que venceu os dois primeiros sets acabou perdendo o terceiro. Se desconsiderarmos os jogos que terminaram em 3x0, essa porcentagem sobe para 39%. Ou seja, em quase 40% das vezes que cada time vence pelo menos um set, a vitória na terceira parcial é de quem perdeu os dois primeiros.

A tal ‘síndrome do terceiro set’, real ou não, afeta menos os homens. Na Superliga masculina, que realizou 150 jogos na temporada 23/24, esse cenário aconteceu em 23 deles, ou seja, 15.33%. 28% se não contarmos os jogos terminados em 3x0.

Quais times mais ‘sofreram’ com esse cenário?

Comentaristas dizem, com frequência, que o terceiro set é difícil de ser jogado. Alguns times viveram mais essa dificuldade do que outros na temporada ada. Em primeiro lugar, quem mais abriu 2 x 0 e perdeu na terceira parcial foi o Gerdau Minas na Superliga feminina, tendo ado por isso em seis partidas. Entre os homens, o ‘líder’ foi o Sesi Bauru, em quatro confrontos. Curiosamente, ambos foram os campeões da Superliga em 23/24.

Na sequência das mulheres estão: Praia Clube e Sesc Flamengo, com cinco jogos cada. Guarulhos, ville, Araguari e São José tiveram três, na masculina.

Somente um time na Superliga feminina não sofreu da ‘síndrome do terceiro set’ no ano ado: o Fluminense. O São Caetano, que não venceu nenhuma partida, não foi considerado nesse caso. Na masculina o Vôlei Renata, vice-campeão, também é o último do ranking de ‘azarados’, com zero ocorrências. Monte Carmelo completa a dupla.

Ranking de jogos com a temida 'síndrome do terceiro set' na temporada 23/24

Superliga feminina

  • Barueri: 3
  • Bluvolei: 2
  • Brasília: 1
  • Fluminense: 0
  • Gerdau Minas: 6
  • Maringá: 2
  • Osasco: 4
  • Pinheiros: 1
  • Praia: 5
  • Sesc Flamengo: 5
  • Sesi Bauru: 3
  • São Caetano: sem vitórias

Superliga masculina

  • Araguari: 3
  • Blumenau: 1
  • Guarulhos: 3
  • ville: 3
  • Minas: 2
  • MOC: 1
  • Monte Carmelo: 0
  • São José: 3
  • Sesi Bauru: 4
  • Suzano: 1
  • Vôlei Renata: 0
  • Sada Cruzeiro: 2