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Os efeitos (negativos) da construção de um estádio próprio da Conmebol g1753

Entidade sul-americana já tem 50 milhões de dólares destinados para a obra w1q4e

Por Frederico Jota
Publicado em 31 de março de 2023 | 19:28
 
 
Estádio deve ser construído no Paraguai e utilizado na possível Copa de 1930 Reprodução/ Conmebol

A notícia de que a Conmebol vai construir um estádio próprio me pegou de surpresa, confesso. Não imaginava que, na altura do campeonato, em um continente que sofre com elefantes brancos construídos para Copa do Mundo e também para edições da Copa América, um estádio sem "dono" causa espanto.

A ideia é que o estádio seja construído no Paraguai, para 45 mil pessoas, podendo chegar a 60 mil. E que seria utilizado em uma possível Copa do Mundo de 2030. A candidatura sul-americana reúne quatro países: Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, feito inédito até agora, mesmo já considerando a futura Copa inchada de 2026 no Canadá, nos Estados Unidos e México.

A Fifa vai definir o destino da Copa de 2030 apenas em setembro de 2024, mas está estão destinados, em orçamento, 50 milhões de dólares para a construção. Só em caso de escolha para a Copa é que o estádio terá os 60 mil. Mas, mesmo com os 45 mil, tem necessidade de o Paraguai ter mais um estádio? Até pelo fato de o Cerro Porteño, um dos clubes mais tradicionais do país, ter um estádio novo. E, convenhamos, a média de público no país não é das maiores.

As dúvidas não ficam por aí. A Conmebol pode ter à disposição, segundo já foi comentado, é que o novo estádio pode ser um plano B para as finais únicas de suas competições - o que levaria o protagonismo para a entidade e não para clubes e cidades que podem receber eventos de prestígio.

As competições sul-americanas am por um momento de modernização, com mais grana envolvida, mais organização e também atrativos para quem curte acompanhar o futebol continental. O processo, que segue o modelo europeu da Champions e da Liga Europa, tem o lado que não pode ser esquecido: a realidade financeira.

Assim como em várias competições mundiais e continentais: mais grana, mais patrocínio, menos espaço para uma gama de torcedores. E a logística por aqui não é das mais simples dependendo das cidades escolhidas e de onde vem o torcedor. Isso sem contar os planos de transmissão por streaming, que também não são íveis para muitos. 

Meu receio é que seja mais um estádio que possa ficar para poucos jogos, sem identificação com uma cidade (ainda não há uma definição sobre onde vai ser) ou com um clube. Isso, para o futebol, não é legal.