Ele podia até ser pequeno na estatura, mas era grande na arte de fascinar espectadores, seja no teatro, no cinema ou na televisão. Sebastião Bernardes de Souza Prata (1915-1993), mineiro de Uberlândia, no Triângulo, mais conhecido como Grande Otelo, foi considerado por ninguém menos do que Vinicius de Moraes como o "melhor ator brasileiro". Até o cineasta norte-americano Orson Welles se rendeu ao seu talento e chegou a querer levá-lo para os Estados Unidos e o tachou de "o maior ator da América do Sul".

Pois o artista vai ganhar a partir desta quinta (5) uma mostra especial no Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, para celebrar os seus 110 anos de nascimento. Até o dia 29 de junho, a mostra "Intérprete do Brasil – Uma Homenagem a Grande Otelo”, celebra sua filmografia.

 

São quase 40 produções selecionadas a partir da curadoria feita pelo crítico, programador, pesquisador e diretor baiano Fabio Rodrigues Filho. A mostra conta ainda com sessões comentadas, exibições em película e de cópias restauradas em D, debates, cursos, um catálogo exclusivo e a presença de especialistas.

Entre os destaques estão os filmes 'Carnaval Atlântida” (1952), “Matar ou Correr (1954), “Rio, Zona Norte” (1957), “Macunaíma” (1969), “Lúcio Flávio, o ageiro da agonia” (1976), entre outros. Incluindo mais de 30 filmes estrelados pelo ator, a curadoria da mostra reúne ainda documentários que lançam luz sobre a vida e a obra de Grande Otelo, muitas vezes através da experimentação.

Aliás, dois filmes da programação, os curtas-metragens “Tudo que é apertado rasga” (2019), e “Não vim no mundo pra ser pedra” (2021), foram dirigidos pelo próprio Fabio Rodrigues, que destaca o quanto sua relação com Otelo – tanto na pesquisa acadêmica quanto na realização cinematográfica – impactou na seleção dos filmes que compõem a mostra.

No dia da abertura, nesta quinta (5), às 19h, o  multiartista Maurício Tizumba apresentará uma performance, terminando com um cortejo até o Cine Humberto Mauro; já no encerramento da mostra, será a vez do Grupo de Choro do Cefart interpretar clássicos de Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Joaquim A. Callado, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e muitos outros artistas que atravessaram a trajetória musical de Grande Otelo. A direção artística da mostra é da produtora e curadora Layla Braz.

A mostra “Intérprete do Brasil: Uma Homenagem a Grande Otelo” é realizada pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Ministério Público de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e Fundação Clóvis Salgado.

 

SERVIÇO

O quê: Mostra “Intérprete do Brasil – Uma Homenagem a Grande Otelo”

Quando: De 5 a 29 de junho (horários variados)

Onde: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes (avenida Afonso Pena, 1537, Centro)

Quanto: Entrada gratuita; 50% dos ingressos estarão disponíveis, de forma online, 1 hora antes de cada sessão, no site da Eventim; o restante dos ingressos será distribuído presencialmente pela bilheteria, meia hora antes da sessão, mediante a apresentação de documento com foto.

Classificações indicativas: Variadas

Programação completa pelo site da Fundação Clóvis Salgado.