NO VERMELHO

Correios: após prejuízo de R$ 2,59 bi, estatal anuncia redução de salários e suspensão de férias

Plano para reduzir despesas em R$ 1,5 bilhão também inclui Programa de Desligamento Voluntário e fim do trabalho remoto

Por Folhapress
Publicado em 14 de maio de 2025 | 17:56

Após registrar prejuízo de R$ 2,59 bilhões no ano ado, os Correios anunciaram um plano para reduzir despesas em R$ 1,5 bilhão em 2025. Para isso, criou um Programa de Desligamento Voluntário (PDV) e determinou que todos os funcionários devem retornar ao trabalho presencial a partir de 23 de junho.

Entre as medidas anunciadas como parte do plano para economizar dinheiro, além do PDV e do fim do trabalho remoto, estão um incentivo à redução de jornada com redução de pagamento, suspensão temporária de férias, um novo formato de plano de saúde e uma revisão da estrutura da sede com a qual se espera cortar pelo menos 20% do orçamento de funções.

O resultado do ano ado é quatro vezes pior que o de 2023, quando a companhia já estava no vermelho, com prejuízo de R$ 633,5 milhões. A piora do resultado dos Correios aconteceu em um ano em que a remuneração do pessoal chave da istração subiu 4,8% - o total chegou a R$ 6,27 milhões.

Em nota, a empresa atribui parte dos resultados negativos à "taxa das blusinhas". "A frustração de receita observada em 2024 decorre exclusivamente dos efeitos do novo marco regulatório das compras internacionais, uma demanda do varejo nacional que teve impacto positivo para o setor, mas negativo para os Correios".

Em 2024, o Congresso aprovou o fim de uma isenção de impostos de importação para valores de até US$ 50, em uma discussão que ficou conhecida popularmente como "taxa das blusinhas". Para produtos acima desse patamar e de até US$ 3.000 o tributo federal é de 60%, com redução de US$ 20 no imposto a pagar.

A receita da empresa, no entanto, não explica completamente o resultado final. Houve queda de apenas 1,7% em relação a 2023 (de R$ 19,2 bilhões para R$ 18,9 bilhões).

O texto dos Correios também cita "despesas judiciais herdadas de gestões anteriores". De acordo com o balanço, aumentaram tanto despesas operacionais como financeiras.

Os gastos com precatórios e requisição de pequenos valores também subiram, principalmente por conta de "ações de natureza trabalhista com decisões desfavoráveis". As despesas financeiras cresceram por uma revisão dos juros incidentes sobre o plano de para acabar com o déficit.

No balanço, são listadas outras medidas para "reduzir os prejuízos acumulados", como um acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) que pode gerar um crédito tributário de R$ 638 milhões e a reforma tributária - segundo o texto, a empresa vai deixar de pagar PIS e Cofins e não precisará pagar o novo imposto, o CBS.