Nessa quarta-feira, em entrevista à Rádio Itatiaia, o CSO do Atlético, Paulo Bracks, projetou a janela de transferências que vai abrir na próxima segunda, dia 2. Bracks disse que será uma janela difícil pela “limitação de orçamento” (o que surpreende um total de zero pessoa), mas o que mais me incomodou nem foi essa frase - que já é, cá entre nós, bem desanimadora.

Na sequência da declaração, o dirigente disse que o Atlético vai “fazer o possível pra evoluir” e pra “continuar sendo bastante competitivo, como está sendo desde o início do ano”. Acho que estamos vendo jogos diferentes.

No dia seguinte a essa declaração, empatamos em casa com o poderoso Cienciano e terminamos um grupo fraquíssimo de Sul-Americana na segunda posição. “Um dos melhores elencos da história” (na opinião de Rubens Menin, dono da SAF atleticana) não conseguiu se impor contra um time pequeno do Peru, um time inexpressivo da Venezuela e o lanterna do Campeonato Chileno. É isso que é ser bastante competitivo?

Que fique claro: o problema não é Paulo Bracks. O Atlético vem se apequenando desde antes da chegada do dirigente. Ele é só um porta-voz dos interesses que vêm de cima, até porque os chefes dele gostam de falar só nos momentos de alegria. Nas fases ruins, viram pessoas “discretas” e “low profile”.

É óbvio que Cuca tem sua parcela de responsabilidade, e não é pequena. Desde o fim do Campeonato Mineiro, a média de desempenho do Atlético é sofrível. Foram raros os jogos bons do time, e o treinador é quem comanda dentro do campo. Está devendo muito.

Os atletas também precisam se explicar. Estão apanhando da bola. Não consigo normalizar o desempenho sofrível que alguns apresentam na temporada.

O ponto é que, em momentos de crise, escalonar as responsabilidades é essencial. Pode trocar o treinador, pode contratar o volante que tanto precisamos, mas enquanto o projeto for de seguir no caminho que estamos, as vergonhas vão só se multiplicar. Ontem foi a bola na trave do Athletico quase decretando nosso rebaixamento, hoje foi o vexame na Sul-Americana. Vão acordar ou vamos esperar o próximo?